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Publicado em 17/06/2022 10:22h
O projeto 'Transferência e Difusão da Produção Integrada de Abacaxi no Estado do Pará' foi implantado nos municípios de Floresta do Araguaia, mesorregião do Sudeste do Pará, microrregião de Conceição do Araguaia, e Salvaterra, mesorregião do Marajó e microrregião do Arari. É coordenado pela Embrapa Amazônia Oriental e executado em parceria com a Secretaria de Estado de Agricultura do Pará (SAGRI), Serviço de Política e Desenvolvimento Agropecuário/Superintendência Federal de Agricultura (SEPDAGPA/SFA/MAPA), Agência de Defesa Agropecuária do Estado do Pará (ADEPARÁ), Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado do Pará (EMATER-PA), Prefeitura Municipal de Floresta do Araguaia e iniciativa privada (abacaxicultores).
O Estado do Pará ocupava a primeira posição entre os estados produtores de abacaxi do Brasil com uma área plantada de 15.462 ha e a produção de 389.971.000 frutos, entretanto, a previsão de safra 2009 com 10.358 ha (IBGE, 2009a) coloca o Pará na terceira posição. A produção de Salvaterra abastece o mercado de Belém, mas é no sudeste paraense que se concentra a maior produção do Estado (Homma et aI., 2002). Floresta do Araguaia, com uma produção em 2007 de 194.000 mil frutos, variedade Pérola (IBGE, 200gb), é o principal produtor nacional com a característica da produção de furtos no período da entressafra brasileira (Homma et aI., 2002).
Após avaliação do nível tecnológico da abacaxicultura no Estado (Matos et aI., 2006) ficou claro a necessidade do desenvolvimento de pesquisas visando ajustes tecnológicos nos sistema de produção de abacaxi relacionados com indução no florescimento, adubação e densidade de plantio dentre outras; a ampliação das ações de assistência técnica e capacitação dos produtores com ênfase para aspectos relacionados com o manuseio de agrotóxicos, proteção do trabalhador e do meio ambiente; ações objetivando a comercialização mais eficiente da produção; avaliação da nutrição mineral com a utilização de resultados analíticos de solo para correção de acidez e orientação de adubação dos cultivos; e avaliação da sanidade dos plantios já que foi constatada a elevada presença da broca-do-fruto (Strymon megarus) com ataque aos frutos em estágio próximo da colheita merecendo atenção especial.
Material e Métodos Ações foram desenvolvidas com base no diagnóstico da cadeia produtiva (Matos et aI., 2006). Palestras motivacionais foram proferidas nos municípios de Floresta do Araguaia, Salvaterra e Santarém, em outubro e novembro de 2008, tendo como público alvo produtores de abacaxi, agrônomos e técnicos. Foram realizadas visitas em propriedades de produtores, em Floresta do Araguaia e Salvaterra, interessados na adoção da Produção Integrada (PI), com a seleção de áreas e a aplicação de questionário, visando à caracterização do sistema de produção em uso pelos agricultores, para compor a avaliação do impacto social, econômico e ambiental da PI de abacaxi no Estado. O monitoramento de pragas foi iniciado em fevereiro de 2009, em 11 áreas, com inspeções mensais em dez pontos de 50 plantas, totalizando 500 plantas por área de até cinco hectares (Matos et al., 2007).
As pragas monitoradas foram a fusariose Fusarium subglutinans f.sp. ananas, a podridão-da-olho Phytophthora nícotinae var. parasítíca e a murcha associada à cochonilha (Oismícoccus brevipes + "Pineapple Mealybug Wilt Vírus" + formigas doceiras). Em relação às atividades de difusão de tecnologia com capacitação de produtores e técnicos, foram programados treinamentos abordando temas relacionados com o monitoramento de pragas, manuseios de agrotóxicos, proteção do trabalhador e boas práticas agrícolas, dentre outros. Resultados e Discussão Técnicos e produtores participaram das palestras motivacionais sobre produção Integrada de abacaxi, no total de 105 participantes (55 em Floresta do Araguaia, 23 em Salvaterra e 27 técnicos em Santarém).
Dentre as práticas agrícolas em uso pelos dez abacaxicultores entrevistados em Floresta do Araguaia destacam-se: 100% dos produtores adubam a cultura embora 62,5% realizem análise de solo; o controle o mato é praticado em 100% dos plantios, 87,5% com herbicida e 12,5% com roçagem; o controle de pragas (insetos e doenças) é realizado por 62,5% dos produtores com o número de pulverizações variando de uma a quatro; 50% dos produtores realizam a tríplice lavagem das embalagens de agrotóxicos, entretanto o destino dado às mesmas é variável (depósito de adubo, transporte de água, abandono no campo, queima). Em Salvaterra, 100% dos quatro produtores entrevistados adubam o cultivo sem a realização de análise de solo; 100% controlam o mato com roçagem e 66,7% realizam o controle de pragas com a destinação final das embalagens no lixo comum. O monitoramento de pragas vem sendo realizado em onze áreas, caracterizadas na Tabela 1, totalizando 14,9 ha em sistema de PI. Os principais problemas fitossanitários encontrados em Floresta do Araguaia são a broca-do-fruto, a podridão-do-olho e a fusariose, com destaque para a broca-do-fruto S. megarus presente em algumas áreas monitoradas. Em Salvaterra, destaca-se a murcha associada à cochonilha.
As avaliações para S. megarus são iniciadas na época do aparecimento da inflorescência, aproximadamente na sexta semana após a indução floral (Sanches, 2005), entretanto essa praga foi constatada em áreas em sistema de produção integrada com até oito meses de plantio.
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