A Embrapa lança em 30 de novembro uma cultivar de batata com nome de mulher, potencial produtivo elevado e indicação para plantio orgânico, já que tem maior resistência às duas principais doenças foliares da cultura, a requeima e a pinta-preta.
A BRS F50 ou Cecília pode chegar a uma produção de 45 toneladas por hectare de batatas de pele amarela, a preferida do mercado nacional. Uma das principais características da nova variedade é a resistência moderada à requeima (Phytophthora infestans), principal doença da batata no mundo, que pode causar a perda total da produção. Também é mais resistente à pinta-preta (Alternaria grandis), que causa redução do tamanho dos tubérculos e da produtividade.
O lançamento será no Dia de Campo na propriedade de Leonardo Kmiecik, no Distrito de Ferraria, em Campo Largo (PR). Desenvolvida pelo Programa de Melhoramento Genético de Batata da Embrapa Clima Temperado (RS) e Embrapa Hortaliças (DF), a Cecília produz plantas de porte médio a alto, com hábito de crescimento semiereto. O ciclo vegetativo é médio, com cerca de 110 dias.
"A combinação de produtividade, resistência a doenças foliares, aparência de tubérculo e conteúdo de matéria seca encontradas na BRS F50 conferem um produto versátil no campo e na mesa”, diz em nota o pesquisador Giovani Olegário da Silva, um dos responsáveis pelo desenvolvimento da cultivar.
O material é bem versátil, podendo ser adaptado à safra de inverno, com plantios de maio e julho, em Minas Gerais e São Paulo. Também se adequa às safras de outono e primavera, com plantios em fevereiro, maio, agosto e setembro, respectivamente, no Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná. Além disso, pode ser cultivado na safra de verão em regiões de maior altitude do Sul do país.
Diferenciais
As batatas da nova variedade têm película amarela e lisa, com formato ovalado e gemas rasas, o que confere aparência atrativa. Sua polpa é de coloração amarela-clara. Além disso, os tubérculos apresentam baixa suscetibilidade a defeitos, exceto rachaduras de crescimento, caso a umidade do solo não esteja adequada na fase de enchimento. Também são moderadamente resistentes ao esverdeamento pós-colheita.
Em termos de uso, a nova cultivar apresenta textura firme e não farinhenta no pós-cozimento e sabor característico. O teor de matéria seca é relativamente alto, o que a torna adequada também para fritura.
Nova cultivar apresenta textura firme e não farinhenta no pós-cozimento — Foto: Pixabay
A Cecília foi testada em várias regiões produtoras do Brasil, apresentando vantagens em relação às cultivares voltadas a sistemas de produção menos dependentes de controles químicos de doenças foliares.
Dois produtores já foram licenciados para a produção e comercialização de sementes da nova variedade.